O perigo de votar na candidata do PSB é que ela é enrustida. Não dá nem pra saber se é fundamentalista enrustida, se é neoliberal enrustida, se é enrustida enrustida... Suas ideias não são claras, seu discurso menos ainda (inventaram até um site zoeira por causa disso, no qual toda resposta a uma pergunta para Marina é gerada de forma ambígua e desconexa - menos pra certas palavras "polêmicas": teste "casamento gay" pra entender o que estou falando). E essa confusão não é um problema de comunicação, mas fruto de uma postura extremamente contraditória e que muda numa velocidade que faz a gente duvidar da sinceridade da mudança (ou da justificativa para a mudança).
Sobre ela, pesam os seguintes fatos:
- Sua polêmica modificação no plano de governo em relação aos direitos LGBTs com menos de 24 horas após sua primeira divulgação e, coincidentemente ou não, após 4 twitters do Mal-a-faia pressionando-a por uma mudança;
- Ela foi uma das defensoras à permanência de Marco Feliciano na CDHM;
- Durante a tentativa de criação do seu partido, coletou assinaturas numa "marcha pela família" comandada por homofóbicos;
- Em sua candidatura em 2010, Marina declarou não ser favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e escondeu uma bandeira do arco-íris entregue a ela como símbolo de sua disposição em dialogar com os LGBTs;
- É a favor da anistia para os torturadores da ditadura;
- Tem posturas fundamentalistas, como defender o Criacionismo (como se ele fosse um equivalente ao Evolucionismo);
- Se diz "melhor amiga" de Chico Mendes, mas os amigos de Chico Mendes não concordam - mas que apoia mesmo a "Bláblárina" é o irmão do assassino de Chico Mendes;
- Aliás, se diz ambientalista, mas tem apoio de ruralistas, faz coisas como defender a transposição do Rio São Franscisco, muda de opinião sobre os alimentos transgênicos, tornando-se favorável a eles, não se posiciona contra o agronegócio nem contra a construção de hidrelétricas que destroem o meio ambiente, nomeou como vice em sua candidatura em 2010 o dono de uma das empresas de cosméticos que mais destrói a Amazônia, etc.;
- Fica dizendo que representa a nova política, mas é igualzinha ao povo da velha política em sua hipocrisia, demagogia, enrolação quando jogada contra a parede e respeito ao "jogo político", acima de tudo - nisso, ela parece com o Collor e Jânio Quadros, que se diziam uma "mudança" e o "novo na política";
- Não afirma nada com clareza e pretende que entreguemos o poder a quem não mostra claramente suas ideologias;
- Diz que repudia doações para sua campanha feitas por indústrias do álcool, do tabaco e bélica por coerência ideológica, mas não se importa em receber doações de empresas que notadamente degradam o meio ambiente como madeireiras, mineradoras e etc.
- Queria fundar um partido, afirmando que nenhum partido representava seus ideais, mas tratou de filiar-se rapidinho a um partido qualquer quando viu que não iria conseguir criar seu partido, apenas com o intuito de se eleger. Neste processo, desagradou até seus companheiros do futuro partido.
- Ela fala em sua campanha sobre "atualizar a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas)", sempre em reuniões com empresários e empreendedores, deixando em dúvidas sobre o impacto dessas atualizações para os trabalhadores, pois não especifica como será essa "atualização". Caso semelhante é a sua proposta de nova redação do artigo 149 do código penal, que define condições para se considerar trabalho escravo: seu programa de governo propõe "mudanças", mas não diz quais serão;
- Marina parece ter aprendido com o candidato tucano mineiro e quer censurar a internet, pedindo ao TSE para retirar do ar um site que fazia campanha para Dilma e a criticava - poderia muito bem ter respondido as críticas, o que ela não fez;
O que parece, no fim das contas, é que o projeto político de nossa candidata "Bláblárina" é a sua própria ascensão política - e nada mais. Por isso, ela muda de partido a cada 4 anos, se não for escolhida candidata e muda de ideia conforme for conveniente. Usa a retórica da "nova política", "ressignificar a experiência econômica", "processos identificatórios", projetos sonháticos, que ela representa o novo, blábláblá. No final das contas, se comporta igualzinho a qualquer político, só que dizendo que ela é diferente e tentando confundir o eleitorado.
Sem apresentar propostas e um programa claro e estável (que não mude em menos de 24 horas), ela está querendo que assinemos um cheque em branco para ser usado pela acionista do Itaú (sua amiga coordenadora de campanha: a Neca -Ui!), os economistas neoliberais da equipe econômica dela e os "operadores do mercado". Ou seja, tudo igual ao que era no século passado!
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Outros textos desta série que já foram publicados:
Série: Eleições 2014 - Introdução
Série: Eleições 2014 - O perigo do voto nulo
Série: Eleições 2014 - Foco no legislativo!
Série: Eleições 2014 - Estratégias no primeiro e no segundo turno
Série: Eleições 2014 - Dilma JAMAIS!
Série: Eleições 2014 - Aécio JAMAIS!
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