Para cada hora, um aroma

Num certo dia, eu conversava com o Gato Van de Kamp e ele me falou que não é muito fã de "homem que tem o piru cheirando à Dove", que homem "fresquinho" demais não é a dele. E, de uma certa forma, eu concordo com ele.

Afinal, gosto de homem e não de um catálogo ambulante de cosméticos. O que eu quero dizer é que homem "cheirosinho" é bom, mas homem "cheirosinho" demais e ainda por cima "cheirosinho" O TEMPO TODO é uma decepção só, ao menos para mim.

Creio que há momento para tudo: para um "homem que tem o pau cheirando à Dove" e para um que tenha o pau com cheiro original, de pele mesmo e não do perfume que lhe e aplicado. Tem momento para fazer amor e momento pra comer/ser comido. Há momento pra chamar o amigo de querido e o momento pra chamá-lo de bandida. Há a hora para apenas ser um bom ouvinte, mas chega o momento de dizer aquela palavra que não se quer escutar, mas que é preciso ser dita. Às vezes é preciso trabalhar duro e ser responsável e noutras a gente pode e deve chutar o balde. Tem a hora de ter medo e a hora de enfrentar. Tem a hora de fazer barraco e a hora de deixar para lá.

Porque não somos sempre putos nem sempre santos. Não somos 100% mocinhos, nem totalmente vilões. Não somos todo dia a caça nem todo dia caçador. Somos incoerêntes e inconstantes. Temos necessidades diversas e contraditórias.

E tudo isso por um simples motivo: somos seres humanos e, como tais, não temos a obrigação de ter coerência. Só precisamos ser o que somos. E eu, como o Gato Van de Kamp, prefiro o ser humano de verdade que aquele produto resultado de muita maquiagem e produção.