Eu já quis escrever essa história há uns tempos atrás. Mas acontece que foi bem na época em que o Gato Van de Kamp fez aquele maldito post que enchia demais a minha bola (
Era domingo em agosto de 2011 e eu fui ao supermercado fazer umas compras de emergência com a minha fiel e amada bicicleta. Enquanto estacionava meu veículo e o trancafiava para o bichão não "fugir" antes de eu voltar, observei que havia por ali um mendigo que eu já havia visto por aqui no bairro. Ele estava contando as moedinhas que havia ganhado pedindo esmolas próximo à entrada do supermercado.
Entrei com supermercado com três missões: comprar pães, biscoitos e laranjas. Decidi pegar primeiro os pães e, quando lá cheguei, havia um homem que me disse que havia conversado com o padeiro e que este havia afirmado que faltava 15 minutos para que novos pães saíssem do forno. Tudo bem! Eu pegaria os biscoitos e as laranjas e depois voltaria ali. Mas antes mesmo que eu desse meia volta pude ver que uma mulher se aproximou e perguntou:
Mulher encrenqueira: O pão ainda não saiu não?
Homem na fila do pão: Não. O padeiro disse pra nós que ficaria pronto em 20 minutos, mas só se passaram 5...
Mulher encrenqueira: Ah, mas quer ver esse pão ficar pronto rapidinho? Vou ali chamar o gerente... Somos nós que pagamos, afinal de contas!
E não é que a louca fez isso mesmo?! Chamou o gerente pra reclamar que não havia pão. O gerente conversou com o padeiro e viu que era falta de noção da Mulher encrenqueira. Vê se pode!! Será ela acreditou mesmo que, chamando o gerente, as leis da Química e da Física seriam derrogadas e o pão ficaria assado mais rápido? Tenho que confessar que esse povo que acha que dinheiro paga tudo, incluindo o respeito, me irrita bastante. Mas não esbocei reação pois pensei que apenas saindo dali e indo atrás do restante das minhas compras eu faria mais negócio.
Demorei um bocado na sessão dos biscoitos porque eu tinha que esperar os tais 15 minutos e uma outra coisa que me irrita bastante é ficar numa fila esperando algo (isso porque sou brasileiro. Porque se eu fosse português e tivesse que ficar muito tempo num "rabo de bicha", seria bem melhor! rs).
De repente me lembrei que tinha que comprar as laranjas também e fui para o outro lado do supermercado pega-las. Chegando lá, eu vi o mendigo que estava contando as moedinhas das esmolas parado em frente à bancada da balança com duas batatas nas mãos. Não havia ninguém para atendê-lo e ele esperava pacientemente. Escolhi as laranjas e fui em direção à bancada da balança para pesa-las.
De frente pra bancada, o mendigo olhou pra mim e deu um sorriso meio amarelo. Respondi com um outro sorriso meio acanhado:
Cara Comum: E aí?
Mendigo: Tranquilo! Estou aqui comprando umas batatas pra salvar a sopa hoje a noite e ajudar a espantar o frio.
Cara Comum: Uai! Mas cadê o funcionário da balança?
Mendigo: Pois é! Estou esperando faz um tempão e ninguém apareceu. Parece que ninguém está trabalhando aqui hoje.
Falei que ia procurar um funcionário por perto mas nem precisou. Não passou nem 10 segundos que eu cheguei e uma funcionária que estava mais ou menos por perto veio me atender, ignorando que o mendigo havia chegado primeiro (e eu e ele estávamos em fila e não lado a lado).
Eu disse a ela: "Não é a minha vez. Ele chegou primeiro!" e apontei para o mendigo. A tal funcionária fez uma cara de desprezo tão grande que eu nem consigo classificar o nojo que me deu na hora. Mas atendeu o mendigo, contrariadíssima. O mendigo me respondeu apenas com um sorriso e um tapinha no ombro após ser atendido acompanhado de um "Valeu, 'cumpadi'!".
Voltei pra casa pedalando e pensando que, enquanto uns acham que o dinheiro pode comprar tudo, outros acham que mesmo o dinheiro não garante o dever de ser tratado com o devido respeito que qualquer cliente merece.
brilhante ... pode escrever mais ... e não é elogio viu? não precisa procura a psicóloga por isto! é só a constatação de um fato ...
ResponderExcluirbjão ...
ps: amanhã né! [fica assim no ar para matar #asamigas de CUriosidade ... kkkkkkkkkkkk
Sabe, Cara “In Comum” (o in é por conta da sua “in dignação”, que é sadia)... eu já vi situações muito parecidas com essa, até piores. A diferença é que eu sou “barraqueiro” e já chamei muito gerente por isso... tá vendo, a minha indignação é patológica...
ResponderExcluirAbração
Ai sério, tenho medo de gente assim, que acha que rodando a baiana tudo se resolve. Tá certo que tem vezes que é necessário, mas teve dia que eu tive que tirar Amiga Histérica de dentro da cozinha de uma lanchonete, só porque o molho do lanche dela veio errado...
ResponderExcluirCordei, cadê paciência?
Dinheiro é poder de compra....é poder!
ResponderExcluirIsso está entranhado na cabeça das pessoas como um caso sepsemia!
Do rico ao pobre, sem excessão, mata!
bjs
Pessoas amadas do meu coração (gelado), eu estou com muita pressa hoje porque apareceu um imprevisto aqui pra sacanear de vez comigo. Então, as tradicionais respostas virão depois, ok? Aguardem...
ResponderExcluirpois é, mas vc não chamou o gerente pra reclamar da atendente que não tratou o mendigo com respeito. desculpa a crítica, mas, enquanto uns fazem batalhas por besteiras, qndo há bons motivos a gente fica calado. não é?
ResponderExcluirPoutz... que coisa né... por essas e outras que eu ainda tenho lá minhas dúvidas de que as coisas melhoram logo. Todos tem um discurso bonito, "pra frente Brasil, salve a seleção"...
ResponderExcluirSó que é no detalhe que vemos a realidade das coisas... da mesma forma que a "poderosa" achou que podia se valer da sua posição, a funcionária [que por certo, diversas vezes deve sofrer com preconceito também] não hesitou em pisar no mendigo....
As pessoas falam que eu aparento menos idade, por diversas vezes ia de um setor ao outro (onde não era tão conhecido) e fica olhando... As secretárias, depois de ser solenemente ignorado, elas olhavam para mim e soltavam o sonoro "Oi!..." [seguido de uma cara de cú com caimbra]... Elas sempre achavam que era algum trainee ou estagiário..
Quando eu dizia que queria falar com o Gerente Y ou Diretor Y e elas perguntavam de onde eu era, eu dizia eu sou o Fulado, da Coordenação X...
Rapaz... era uma coisa de desenho animado, tudo mudava... "Oi "Seu" Fulano, quer sentar? Ele já vai atendê-lo... Água?!"... Que vontade de dar uma voadora nas cachorras...
Um texto muito bacana com certeza...
Abração.
Gostei de seu relato, principalmente do seu ponto de vista.
ResponderExcluirInfelizmente tem certas cenas que nos chocam, e ao mesmo tempo nos revoltam ao ver egoísmo das pessoas...
Abraços!!
Cara, eu cansei de presenciar fatos como esses. Trabalhei por 4 anos no comércio e já vi poucas e boas. Aprendi muito, mas me tornei mais "enojado" com o ser humano...
ResponderExcluirPoizé.. No final da historia o segundo caso e o primeiro acaba sendo dois exemplos de uma única realidade, que é o mundo em que o ter realmente ultrapassa de longe o ser... E ai nega quer mudar as propriedades da física e outra total ignora aquele que mesmo tendo, simplesmente não parece ter....
ResponderExcluir* Bratz, meu querido! Obrigado pelos elogios que não são elogios, viu? rs.
ResponderExcluirE adorei o nosso encontro e todos os "orgasmos" que tivemos. Fala pro Elian que eu dedico essa música a ele, na esperança de, quem sabe num próximo encontro, ser a três... Huhauahauhaua. Ah, e como prometido, mandei o beijo de língua pro Maridão que adorou! rs
Beijão!
* Cesinha, não acho que você seja "barraqueiro" por chamar gerentes quando o caso é para fazê-lo. Acho até que sua indignação é sadia, sim!
Abração
* Lobo, eu também tenho medo de gente assim.
E sobre a paciência perdida, pra mim acordar é sinônimo de ter mal humor e falta dela.
Beijos, doido!
* Cores da Crise de meia idade, concordo que esta ideia está entranhada na cabeça das pessoas, mas a parte sobre o mendigo me faz pensar que a questão não é só essa. Afinal, o cara tinha o dinheiro para comprar, não?
Abraços!
* FOXX, eu não chamei o gerente pra reclamar da atendente que não tratou o mendigo com respeito por dois motivos. O primeiro é porque eu, em raras exceções, chamo gerentes pra resolver situações logo de cara. Prefiro tentar primeiro falando direto com o funcionário. E segundo porque, no fim das contas, ela atendeu o cara. Não havia um ato concreto que eu pudesse justificar para chamar a gerência. A cara dela, que eu interpretei como nojo, poderia significar outra coisa. Como é uma questão subjetiva, eu preferi não travar guerra por isso. O que importa é que ela percebeu o recado (a julgar pela cara de "nojo").
Abraços!!
* Latinha, acho que posso dizer que minhas dúvidas de que as coisas melhoram logo são certezas de que não é assim que acontece!
Essa coisa de usar o poder pra pisar nos outros é algo que é cultivado até com um certo glamour, vá se lá entender porque. E a hipocrisia de ter o tratamento diferenciado quando as pessoas percebem "com quem estão falando" é tão comum que chega a ser mais anormal quando não acontece, né?
Abração.
* Ro Fers, vlw.
* Raphael Martins, "enojado" com o ser humano: uma boa definição do que eu sinto às vezes.
Abração, seu "cutucador"! rs
Pessoal, eu sou lerdo e meio e, sem querer, acabei excluindo o comentário do Gato Van de kamp ao invés de publicar. Mas o texto era o seguinte:
ResponderExcluirGato Van de Kamp disse...
Poizé.. No final da historia o segundo caso e o primeiro acaba sendo dois exemplos de uma única realidade, que é o mundo em que o ter realmente ultrapassa de longe o ser... E ai nega quer mudar as propriedades da física e outra total ignora aquele que mesmo tendo, simplesmente não parece ter....
* Gato Van de Kamp, exatamente! duas faces da mesma realidade!
ResponderExcluirBeijos!
Isso porque o Brasil é um país "junto e misturado" (somos todos mestiços) imagine se não fosse... E ainda assim tem gente que ignora as aulas de historia e insiste nessa ilusão de que existem pessoas com "nobreza de berço"... Isso me deixa mal, revoltado. Já aconteceu comigo também, só que num hospital. Como eu estava com uma roupa bacana e cheguei perguntando pelo responsável pelo turno de atendimento, quiseram me atender primeiro (depois descobri que pensaram que eu era repórter de um jornal importante) mas eu disse que teriam de atender as três pessoas da fila, a moça da recepção talvez por medo, atendeu a todos com a maior delicadeza. Uma pena, mais de 500 anos e o país não mudou quase nada no que se refere à cidadania... Enquanto não priorizarem educação nada muda mesmo (preconceitos, desigualdade, ignorância).
ResponderExcluir* Pois é, Papai Urso do Interior. Incompreensível mesmo essas coisas...
ResponderExcluirBeijos!
ai, preguiça de gente assim e quanto mais eu tenho preguiça deste povinho mas eles se multiplicam!
ResponderExcluirbeijos querido e obrigado por estar sendo tão presente no JeD
beijos
* Serginho Tavares, meu querido!
ResponderExcluirVamos montar um clubinho da galera que tem preguiça desse povo estranho!
Beijos!
Não sei se vou ser preconceituoso no meu comentário, é possível.. mas sério, é ridículo qualquer pessoa tratar mal outra pessoa, mas é ainda mais ridículo alguém que trabalha em um mercado, que provavelmente não tem muito estudo e muito dinheiro, que sabe o que é passar por dificuldades, por apertos ter preconceito de alguém que também passa dificuldades.
ResponderExcluirAnyway, concordo muito com o Gato Van de Kamp!!!
Otávio, eu entendi seu ponto de vista e penso o mesmo. Qualquer pessoa que sofre algum tipo de preconceito deveria, por obrigação moral, lutar contra qualquer discriminação. Infelizmente, não é o que a maioria escolhe, né?
ResponderExcluirAbraços!!!
Bom dia, tudo bem?
ResponderExcluirOntem (hoje de madrugada) eu tive uma experiência muito interessante. Como eu estava on line acompanhei sua leitura “arqueológica” dos meus posts. Após cada comentário seu (exato, como sempre) eu aproveitava para reler também o post. Foi uma experiência muito prazerosa... você (indo) na frente e eu (indo) atrás... só não fumei um cigarrinho no final, porque não fumo (kkkkkkkkk). Foi bom pra você?! (to brincando, heim... vai me dizer que não gosta de brincar?)
Beijão.
Então vc tava só me observando né?? Hehehehe!
ExcluirAdprei vc vindo atrás de mim na madrugada. Depois a gente inverte os papéis, pode ser??? Huahuahaua
Beijão!
Qual etapa estamos? Vamos a elas então:
ResponderExcluirEtapa 01: O carnaval ... qdo marquei ainda não o conhecia em toda a sua intimidade como agora eu conheço. Ainda não sabia tudo de bom q vc tem pra "DAR"! rs
Etapa 02: O carnaval ... Agora q conheço muito bem os detalhes do material q vc tem para "OFERECER" aos clientes, considere-se convidado para ir para Sampa no Carnaval. Hospedagem eu garanto ... providencio junto ao Hotel uma colchonete para a Marida e vc se acomoda na cama de casal comigo ... providencie energéticos e algumas pílulas daquelas azuis para poder dar conta ... certo?
Etapa 03: E o Maridão? qual foi a impressão q ele teve da língua do Bratz?
Etapa 04: O encontro a 03 ... já estou programando o dia ... vcs [Vc e a Marida] terão alguns dias para se prepararem para dar conta do Bratz ...
Etapa 05: Já ultrapassamos a Etapa 01 [a cerveja] que venha logo a 02 [a pinga], pois eu quero mesmo é a 03 [TREPAR] ... #soudessas ... rs
ps: amigos de BlogsVille q por aqui passam, este menino q se apresenta como um Leão, definitivamente o é ... aquela imagem de "Santinho" de "Puro" de "Imaculado" q ele tentou passar a todos nós caiu por terra ... graças a DEUS ... o guri é um "CAPETINHA" no melhor sentido possível e imaginável ... OMG!
Ai, Bratz! Um orgasmo tudo isso... hahahahahaha
ExcluirBeijos de língua!! rs
É isso aí. Pior ainda é saber que existe gente que, no seu lugar (na fila das laranjas), se sentiria orgulhoso e ainda faria carão pro pobre coitado do mendigo. Aliás, pela reação da funcionária, ela tá acostumada com isso.
ResponderExcluirAdorei o texto.
Obrigado Junnior! E vc tem razão: poderia ser pior...
ResponderExcluirAbração!