segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Vamos fazer barulho!!!

 "O maior castigo para quem não gosta de política é ser governado pelos que gostam"
Arnold Toynbee, historiador inglês
Não sei se vocês estão sabendo, mas neste ano teremos eleições para prefeito e vereadores em todos os municípios brasileiros... rs.

E estar atento à esfera política da vida é algo que eu recentemente tenho dado cada vez mais importância, na medida em que tomo consciência da gravidade da situação atual na qual diversas pessoas são vítimas do descaso do poder público (e este é o caso de todos os cidadão LGBTs, além de outras minorias).

Mas, passada a descoberta da importância da consciência política, fica a pergunta: como colaborar para a transformação dessa realidade? É preciso superar o discurso ingênuo, num primeiro momento, mas deve-se também evitar discursos que refletem uma desesperança que não leva a lugar nenhum (ou melhor, que abre espaço para a continuidade do cenário atual).

Eu tenho duas boas sugestões para serem botadas em prática desde já:

1) Fazer barulho em casa, na vizinhança, nas ruas, nas redes sociais:
Muita gente reclama da situação, mas não faz nada para que ela se altere. É muito fácil criticar, reclamar e ficar numa postura que somente culpabiliza o outro e não se põe em ação. Apontar alternativas também é preciso. Se você está insatisfeito, comece divulgando seus anseios políticos, expressando seu apoio político a algum(a) candidato(a), alertando as pessoas de seu convívio sobre os perigos de se votar em determinados candidatos(as)...

Outra boa ideia é divulgar ideias políticas que você apoia (que tal dar uma forcinha à campanha "Casamento Civil Igualitário"?). Divulgar uma boa ideia pode aumentar a adesão a ela, permitindo que ela tenha visibilidade suficiente para que candidatos(as) e partidos políticos incorporem-na em seus planos de governo nesta ou em futuras eleições. Utilizar das redes sociais para fazer isso é uma das maneiras mais fáceis de se envolver com isso, apesar de não ser a única forma. Contudo, faz mais diferença ser um criticado "ativista de sofá" que semeia boas ideias do que ser um inútil reclamão.

2) Aprenda a votar em candidatos comprometidos com mudanças efetivas e ensine isso para outras pessoas:

Votar consciente exige mais do que atenção, inteligência e sagacidade. É preciso conhecer as regras do jogo e quem são as peças do tabuleiro. Eu recomendo a leitura da Cartilha LGBT para as Eleições 2012/2014. Além de apresentar uma boa explicação (muito fácil de ser compreendida) sobre o funcionamento do sistema de eleição de candidatos para o poder legislativo (vereadores, deputados e senadores) que serve para qualquer um que deseja aumentar o poder estratégico do seu voto, a cartilha ainda traz uma análise muito interessante identificando os partidos homofóbicos e formas de aumentar as chances de se votar em um candidto que seja verdadeiramente pró-LGBT.

O material é bem produzido e vai além do mote "gay vota em gay" (chamando atenção, inclusive, para o fato de que "candidatos gays que não tocam no assunto 'demandas LGBT' durante a campanha não merecem nosso voto"). Vale a pena conferir. Este documento é importante não somente para o público LGBT, mas também para mulheres, negros, ateus, não ateus ditos pagãos, portadores de necessidades especiais e toda "minoria" que sofre com o preconceito nesse momento em que o Brasil tem uma bancada religiosa fundamentalista cada vez mais numerosa e atuante que tem interferido na política e dificulta a existência de um estado laico de fato (lembra do PLC 122 que não sai nunca e do programa "Escola sem Homofobia" que foi vetado pela presidente?).

Ah, e é muito interessante também dar uma conferida no site da ABGLT no link Eleições 2012 (fica no menu à direita) para conhecer a campanha "Voto contra a Homofobia, Defendo a Cidadania" e verificar as listas (que são atualizadas quinzenalmente) de candidatos LGBT e aliados à causa. Se o(a) seu(sua) candidato(a) não assinou o termo de compromisso com a campanha, pode ser que ele(a) não o conheça (e não necessariamente que ele(a) é contrário à ideia). Neste caso, outra coisa importante a ser feita é escrever para o(a) seu(sua) candidato(a) falando sobre a campanha e convidando-o a assinar o termo de compromisso disponível para download no site da ABGLT.

A hora da virada é agora!

23 comentários:

  1. Gostei muito desse seu post, falta consciência nos eleitores, principalmente para nos homoafetivos, está mais do que na hora de elegermos candidatos que realmente estão comprometidos com a nossa causa. Votar consciente é importante e um posso inicial, mas não podemos ficar só nisso, temos que vender o nosso peixe e ajudar os candidatos que estão do nosso lado. Agora compreendo que falar em política é algo desanimador já que muitos estão desacreditados com a nossa política ou com os candidatos, como o caso que citei no meu blog do Serginho ex BBB concorrendo p vereador, só o povo que pode mudar esse cenário de total descrença..

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  2. Supimpa mesmo. Ainda que prefeitos e vereadores não mudem diretamente as coisas em escala federal, são eles quem mais diretamente afetam nosso dia a dia. Quem é que se lembra em que vereador votou na última eleição?

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    1. Edu, eu votei na legenda de um partido, então eu me lembro com certeza qual foi meu voto... rs

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  3. Não se trata de uma questão de evitar discursos que refletem uma desesperança que não leva a lugar nenhum (ou melhor, que abre espaço para a continuidade do cenário atual), mas sim de uma experiência vivenciada por longos anos, desde os tempos da ferrenha ditadura. Fui PTista militante por 25 anos querido e a decepção foi mais amarga q a convivência com a ditadura e o os demais políticos. Hoje definitivamente eu pactuo com qualquer política partidária e meu voto ninguém mais recebe ... ou melhor ... recebe sim ... qualquer um que, para cargos majoritários, tenha condição de derrubar o PT e todos os seus comparsas ... Sinto muito, sei q vc vai ficar decepcionado mas um dia chegará em q vc vai me entender e concordar comigo além de lamentar esta época de sonhos e delírios pela qual todos nós passamos ...

    bjão

    ps: tu andas ruim por demais na interpretação de textos eim??? rs

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    1. Bratz, eu até te entendo, mas discordo desta postura radicalmente. Por mais que a decepção tenha sido grande, deixar de se posicionar não vai mudar nada parar melhor. Se posicionar também não é garantia disso, mas não dá para simplesmente desistir e ficar se lamentando. Muita gente faz isso com a política, com a própria vida, com a profissão que exerce...

      Quando algo me incomoda, quando eu me decepciono com algo ou alguém, minha teimosia me faz querer usar de todos os artifícios contra essa situação/pessoa. não consigo simplesmente entregar os pontos e ver a vitória do meu inimigo...

      Sua decepção com a política vem da crença de que mudanças acontecem rapidamente e sem muito esforço, mas a história nos prova que nunca aconteceu desta forma. E, nesse sentido, a sua experiência decepcionante faz com que sua atitude seja exatamente a que eu descrevi no texto: uma desesperança que não leva a lugar nenhum (ou melhor, que abre espaço para a continuidade do cenário atual). Porque a decepção poderia ter gerado em você um estímulo para ser um opositor ainda mais ferrenho, mas não foi o que aconteceu. E não se manifestar contra (através da omissão) é uma forma de apoiar indiretamente.

      Por isso, acredito que não se dar por rendido é questão de honra! Enquanto eu respirar, darei trabalho aos opositores da minha felicidade!

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  4. Sumpimpa mesmo [2]

    Acho que nem se trata de gostar ou não... é uma escolha, e precisa ser feita de maneira consciente. É triste ver as pessoas nem se lembrarem em quem votaram...

    Abração e grande semana!

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    1. Em tempo... adorei a dica do "Concretizar"... kkk
      Vai ser muito útil... ;-)

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    2. Latinha, concordo que a escolha precisa ser feita!

      Abração e grande semana pra vc tb!

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  5. Supimpa mesmo [3]!

    Muito sangue, suor e lágrimas foram derramados para que tivéssemos direito de votar... portanto nada mais correto do que darmos o devido valor ao ato, nzé?

    Hugz!

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  6. PELO TEXTOS..
    e vamos nos mobilizar para fazer um governo diferente neste país...

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  7. Eu sou meio desiludido como o Bratz... talvez seja o viés de quem viveu uma ditadura e, quando conseguiu conquistar muita coisa de volta, viu que na verdade a sujeira continuou a mesma. Mas, não desencorajo quem ainda tem fôlego pra apostar... boa sorte!

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    1. Pois é, Lucas... Mas acontece que o que foi conquistado foi apenas a abertura política e não o verdadeiro respeito dos políticos pelos eleitores.

      Ainda dá pra virar o jogo! Ajuda a gente!

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  8. excelente texto, eu só faço uma ressalva: Toynbee é historiador, não escritor.

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    1. Opa, desculpa pela falha! Eu escrevi errado! Já corrigi o texto original! Beijos!

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  9. Respostas
    1. Então considere minha resposta a ele como uma resposta a você também! ^^

      Um beijo!

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  10. Rapaz... não sou muito politizada... mas acho que devemos sim, prestar atenção ao voto. Já dei uma olhada na cartilha e concordo com algumas posições. Beijos CC NN RS

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