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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Série: Eleições 2014 - Aécio JAMAIS!

Aecim é um caso complicadíssimo! E eu, como profissional da Educação em Minas Gerais, tenho um milhão de motivos para ser contra esse cara levar o projeto dele de governo para todo o nosso país grande e bobo. Assim, reconheço de antemão minha dificuldade em fazer críticas a ele de forma pouco passional, mas pretendo tentar fazer isso nesta postagem.

Aécio passou 8 anos no governo de Minas Gerais e conseguiu eleger seu vice como sucessor. Isso, a princípio, pode parecer um indicativo de que ele foi um bom governador, contudo creio que isso passa longe da verdade. Uma das maiores críticas a "Aécio Never" é que ele gosta de manipular as informações, seja investindo naquilo que possa funcionar como propaganda a seu favor, ou tentando barrar a divulgação daquilo que lhe desagrada (sobre isso, leia aquiaqui, aquiaquiaqui, aqui e aqui e veja esse e esse vídeo). Por isso, ficou muito comum alguns mineiros dizerem que gostariam de viver nas propagandas que passam na TV sobre Minas Gerais, pois não reconhecem na realidade aquilo que é divulgado.

Mesmo que isso de existir em Minas uma imprensa censurada e manipulada seja uma grande mentira criada por uma teoria da conspiração qualquer, ainda pesaria sobre o "Aecim vida loka" os seguintes pontos:

  1. Em 8 anos no Governo de Minas, a única coisa que Aecim fez em favor da comunidade LGBT foi estabelecer oficialmente o Dia Estadual Contra a Homofobia. Não houve nenhuma lei que protegesse cidadão de atos homofóbicos, nenhuma ação educativa de combate à homotransfobia, etc. Neste ponto, São Paulo, por exemplo, que já foi governado por Serra (seu colega de partido) avançou muito mais. Assim, não é de se espantar que Minas Gerais seja um estado tão conservador, sendo o último estado do sudeste a reconhecer a união estável
  2. Seu vice é nosso opositor e votou contra o PLC 122/2006;
  3. Aécio faz discurso moderninho, mas conta com apoio de lideres religiosos e fundamentalistas;
  4. Em seu plano de governo, nosso candidato que aspira uma carreira no Planalto até cita a comunidade LGBT, mas não propõe nenhuma medida prática;
  5. Foi processado por desviar R$ 4,3 bilhões da saúde, quando não investiu o mínimo que a constituição exige que seja investido na saúde pública (mas o MP incrivelmente DESISTIU de processar Aecim em vésperas de eleição presidencial).
  6. A cidades de Minas têm o pior IDH municipal da região sudeste e, após 8 anos com Aécio governando Minas Gerais, este estado caiu de posição no ranking nacional;
  7. A Educação em Minas Gerais está completamente sucateada e seus dados de desempenho são maquiados para serem apresentados como bons (conforme se pode ler aquiaqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui);
  8. Uma de seus maiores feitos enquanto governador, a "Linha Verde" foi um conjunto de obras. Algumas delas foram feitas numa das principais avenidas da capital mineira, duraram quase 8 anos para serem concluídas e não melhoraram o trânsito em nada - tanto é que foi demolida logo após a inauguração para dar lugar às obras do BRT. Além disso, a Linha Verde não atende às necessidades da população como um todo, pois apenas liga o centro da capital ao aeroporto da cidade vizinha. Sem contar que desalojou centenas de famílias pobres que viviam ao longo do trajeto, que tiveram suas casas desapropriadas, mas que, aparentemente, ficaram sem opção de novas moradias. Ah, e parece que agravou os problemas de enchentes numa das principais avenidas da cidade;
  9. A tal "Cidade Administrativa" que ele também construiu numa região mais afastada da capital mineira, ainda durante o seu governo, é outra situação problemática. Uma obra que pretende trazer retorno em economia 18 anos após sua execução e teve denúncias de algumas irregularidades em relação aos recursos usados em sua execução não parece algo interessante para Minas Gerais. Fora a desapropriação de famílias sem que estas tivessem uma destinação garantida pelo Estado, a ideia parece ser boa: reunir num só lugar os órgãos administrativos e economizar com gastos em transporte de malotes, por exemplo - além de agilizar a vida do cidadão que busca atendimento com menos dificuldades burocráticas. No entanto, não é isso que acontece, pois além da previsão de economia não ter se cumprido, nem todos os órgãos administrativos estão reunidos lá, fazendo com que o cidadão tenha que fazer grandes deslocamentos, que antes não eram necessários para resolver sua vida burocrática. Parece que só facilitou a vida dos políticos, pois, por ser mais afastada do centro de BH, qualquer protesto feito em frente à cidade administrativa fica invisível para a população e mais fácil de ser ignorado pela mídia local;
  10. A Cemig é a empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica em MG. Durante o governo do nosso candidato tucano em questão, essa empresa foi "reprivatizada" e adotou o sistema de recorrer à terceirização de seus serviços. Isso gerou um recorde de acidentes de trabalho envolvendo serviços prestados pela Cemig e até investigações de situações de trabalho análogas ao trabalho escravo;
  11. Em seu governo, o tucano mineiro efetivou 98 mil servidores públicos sem concurso e de maneira ilegal. Este fato lança sobre ele dúvidas quanto à razão de ser de tal medida: seria desconhecimento da legislação brasileira, para dividir a classe dos professores, para compra de votos ou troca de favores? Minas aguarda uma resposta;
  12. Aecim usa seu apoio político para que empresas estatais façam propagandas enganosas que o ajude em campanhas eleitoreiras;
  13. Está envolvido em denúncias do "Mensalão Mineiro", sobre o qual minimiza a importância e tenta livrar a barra de seus companheiros;
  14. Está envolvido em denúncias de nepotismo por ter sido nomeado em 1985 diretor da Caixa Econômica Federal por seu primo, o então Ministro da Fazenda Francisco Oswaldo Neves Dornelles.
  15. O crescimento em sua riqueza perceptível nas declarações de bens que possui e as denúncias de sonegação da existência de outros bens em sua posse ou de omissão de suas posses empresariais depõe contra a sua honestidade;
  16. Atitudes como ter a carteira de motorista apreendida ao ser parado em uma blitz estando com a habilitação vencida e se negar a fazer o teste do bafômetro dão uma pista sobre seu caráter e responsabilidade;
  17. Não se constranger com um caso claro de benefício particular com uso de dinheiro público também depõe a respeito de seus princípios;
  18. Já houve denúncias de agressão da parte dele a uma de suas namoradas;
No fim das contas, eu nem creio que os rumores sobre ele ser usuário de entorpecentes - que geram até marchinhas de carnaval politizadas e atuais - seja algo que depõe contra ele. Até porque, ele prefere não responder a estas questões e retirar do recinto quem questiona algo relacionado ao tema "cocaína". Quando ele vier com aquele papinho de "vamos conversar?", pode desconfiar, porque não vem nada de bom, com certeza...

BÔNUS: Nada como ter umas verdades esfregadas na cara em um debate transmitido ao vivo em rede nacional...



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Outros textos desta série que já foram publicados:

Série: Eleições 2014 - Introdução
Série: Eleições 2014 - O perigo do voto nulo
Série: Eleições 2014 - Foco no legislativo!
Série: Eleições 2014 - Estratégias no primeiro e no segundo turno
Série: Eleições 2014 - Dilma JAMAIS!
Série: Eleições 2014 - Marina JAMAIS!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Série: Eleições 2014 - Marina JAMAIS!

Ok, Marina é evangélica e isso não é novidade para ninguém. Contudo, isto por si só não seria motivo para não votar em "Marina Silva Sauro". Se um político souber a importância (e quiser ser aliado prático) do Estado Laico para o bem da democracia, pouco importa qual crença ele tenha ou deixa de ter. Mas esse não parece ser o caso de "Bláblárina Silva". E "parecer" é a palavra chave nesta análise sobre a presidenciável em questão.

O perigo de votar na candidata do PSB é que ela é enrustida. Não dá nem pra saber se é fundamentalista enrustida, se é neoliberal enrustida, se é enrustida enrustida... Suas ideias não são claras, seu discurso menos ainda (inventaram até um site zoeira por causa disso, no qual toda resposta a uma pergunta para Marina é gerada de forma ambígua e desconexa - menos pra certas palavras "polêmicas": teste "casamento gay" pra entender o que estou falando). E essa confusão não é um problema de comunicação, mas fruto de uma postura extremamente contraditória e que muda numa velocidade que faz a gente duvidar da sinceridade da mudança (ou da justificativa para a mudança).

Sobre ela, pesam os seguintes fatos:
  1. Sua polêmica modificação no plano de governo em relação aos direitos LGBTs com menos de 24 horas após sua primeira divulgação e, coincidentemente ou não, após 4 twitters do Mal-a-faia pressionando-a por uma mudança;
  2. Ela foi uma das defensoras à permanência de Marco Feliciano na CDHM;
  3. Durante a tentativa de criação do seu partido, coletou assinaturas numa "marcha pela família" comandada por homofóbicos;
  4. Em sua candidatura em 2010, Marina declarou não ser favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e escondeu uma bandeira do arco-íris entregue a ela como símbolo de sua disposição em dialogar com os LGBTs;
  5. É a favor da anistia para os torturadores da ditadura;
  6. Tem posturas fundamentalistas, como defender o Criacionismo (como se ele fosse um equivalente ao Evolucionismo);
  7. Se diz "melhor amiga" de Chico Mendes, mas os amigos de Chico Mendes não concordam - mas que apoia mesmo a "Bláblárina" é o irmão do assassino de Chico Mendes;
  8. Aliás, se diz ambientalista, mas tem apoio de ruralistas, faz coisas como defender a transposição do Rio São Franscisco, muda de opinião sobre os alimentos transgênicos, tornando-se favorável a eles, não se posiciona contra o agronegócio nem contra a construção de hidrelétricas que destroem o meio ambiente, nomeou como vice em sua candidatura em 2010  o dono de uma das empresas de cosméticos que mais destrói a Amazônia, etc.;
  9. Fica dizendo que representa a nova política, mas é igualzinha ao povo da velha política em sua hipocrisia, demagogia, enrolação quando jogada contra a parede e respeito ao "jogo político", acima de tudo - nisso, ela parece com o Collor e Jânio Quadros, que se diziam uma "mudança" e o "novo na política";
  10. Não afirma nada com clareza e pretende que entreguemos o poder a quem não mostra claramente suas ideologias;
  11. Diz que repudia doações para sua campanha feitas por indústrias do álcool, do tabaco e bélica por coerência ideológica, mas não se importa em receber doações de empresas que notadamente degradam o meio ambiente como madeireiras, mineradoras e etc.
  12. Queria fundar um partido, afirmando que nenhum partido representava seus ideais, mas tratou de filiar-se rapidinho a um partido qualquer quando viu que não iria conseguir criar seu partido, apenas com o intuito de se eleger. Neste processo, desagradou até seus companheiros do futuro partido.
  13. Ela fala em sua campanha sobre "atualizar a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas)", sempre em reuniões  com empresários e empreendedores, deixando em dúvidas sobre o impacto dessas atualizações para os trabalhadores, pois não especifica como será essa "atualização". Caso semelhante é a sua proposta de nova redação do artigo 149 do código penal, que define condições para se considerar trabalho escravo: seu programa de governo propõe "mudanças", mas não diz quais serão;
  14. Marina parece ter aprendido com o candidato tucano mineiro e quer censurar a internet, pedindo ao TSE para retirar do ar um site que fazia campanha para Dilma e a criticava - poderia muito bem ter respondido as críticas, o que ela não fez;

O que parece, no fim das contas, é que o projeto político de nossa candidata "Bláblárina" é a sua própria ascensão política - e nada mais. Por isso, ela muda de partido a cada 4 anos, se não for escolhida candidata e muda de ideia conforme for conveniente. Usa a retórica da "nova política", "ressignificar a experiência econômica", "processos identificatórios", projetos sonháticos, que ela representa o novo, blábláblá. No final das contas, se comporta igualzinho a qualquer político, só que dizendo que ela é diferente e tentando confundir o eleitorado.

Sem apresentar propostas e um programa claro e estável (que não mude em menos de 24 horas), ela está querendo que assinemos um cheque em branco para ser usado pela acionista do Itaú (sua amiga coordenadora de campanha: a Neca -Ui!), os economistas neoliberais da equipe econômica dela e os "operadores do mercado". Ou seja, tudo igual ao que era no século passado!

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Outros textos desta série que já foram publicados:

Série: Eleições 2014 - Introdução
Série: Eleições 2014 - O perigo do voto nulo
Série: Eleições 2014 - Foco no legislativo!
Série: Eleições 2014 - Estratégias no primeiro e no segundo turno
Série: Eleições 2014 - Dilma JAMAIS!
Série: Eleições 2014 - Aécio JAMAIS!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Série: Eleições 2014 - Dilma JAMAIS!

Não! Não sou um comparsa da Veja (e de grande parte da mídia) que insiste em demonizar o PT (e, por consequência, a Dilma). Não é pelos mesmos motivos dessa galera obscura que coloquei esse título neste post.

Antes de dizer os meus motivos para fazer tal afirmação, tenho que dizer algo: Dilma não é, politicamente, a nossa pior opção (se bem que, num pleito que se tem Everaldinho - que é oconcur - e tantos outros candidatos similares, fica muito complicado dizer quem é o pior). Temos que reconhecer, sim, os avanços sociais que seu governo permitiu que se continuasse acontecendo. Muita gente que não tinha nem o que comer, hoje conseguiu sair da miséria! Contudo, como diriam os Titãs, "a gente não quer só comer: a gente quer comer e quer fazer amor"...

Não é porque Dilma fez um governo com alguns pontos positivos que a gente tem que se dar por satisfeitos. Um LGBT que vota em Dilma pode até considerar esse passado bacana dela em seu voto, mas estará cometendo um erro gravíssimo: estará concordando com o histórico de completo descaso da nossa atual presidentA para com nós, LGBTs lindos e simpáticos desse nosso brazeeu.

Para você que não lembra do histórico negativo que a Dilma tem em relação a nós (ou que é bicha petista de carteirinha e faz questão de fingir que esqueceu), segue aí uma pequena lista com os principais pontos:

  1. Um mandato em silêncio sobre as demandas LGBTs: talvez não seja ela a responsável direta por todas as ações que aconteceram, mas ela se calou e não demonstrou nenhum apoio a nossa causa, quando deveria fazê-lo. Só teve uma fala positiva a nosso respeito agora em época de eleição e aproveitando um deslize de sua principal oponente. Outra fala sua foi aquela terrível na qual disse que não iria fazer propaganda de nenhuma "opção sexual";
  2. Veto ao kit anti-homofobia e nenhuma proposta de campanhas educativas em todo o seu mandato;
  3. Redução nos (já precários) recursos direcionados para políticas LGBT até a METADE do orçamento anterior;
  4. Em seu (des)governo, a Anvisa publica instrução normativa que, no § 11 do seu artigo 34, proíbe gays de doarem sangue, a menos que estejam em abstinência sexual por UM ANO (365 dias sem sexo, gente!);
  5. Não apoiou a Conferência Nacional LGBT de 2011 (nem ao menos compareceu...);
  6. Nenhuma medida em apoio a um projeto de criminalização da homofobia que seja descente (pedindo, inclusive, o adiamento da votação do PLC 122 e contribuindo para sua descaracterização e engavetamento);
  7. Nenhum apoio à legalização do casamento igualitário no legislativo;
  8. Revogação da Portaria 859/2013 (que que tratava do processo transexualizador no SUS e beneficiava as pessoas trans*);
  9. Nenhum avanço na questões como a despatologização das identidades trans;
  10. Nenhum esforço para reverter a falta de ofertas de emprego para LGBTs (especialmente pessoas trans*);
  11. Nenhum avanço nas questões específicas relativas à saúde das mulheres lésbicas;
  12. Censura às propagandas (de carnaval, principalmente) destinadas ao estímulo de uso do preservativo entre a população LGBT por parte do Ministério da saúde. Mais uma vez, silêncio de Dilma nessa questão;
  13. Um ano inteiro (2013) de inércia sobre a tomada da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (que foi consequência do PT ter aberto mão desta comissão);
  14. Desde o início do ano de 2014, a mesma CDHM tem um presidente que luta contra demandas feministas e não "mostrou serviço" afim de "correr atrás do prejuízo" do ano passado. E Dilma e o PT, caladinhos;
  15. Na elaboração do PNE, retirou-se qualquer referência a gênero e/ou orientação sexual. Mais uma vez, Dilma não se manifesta;
  16. Dá continuidade (porque a coisa começou no governo do Lula) à implantação de um serviço pelo Disque 100 que só faz registros dos casos DEPOIS da violência já ter acontecido e acha que resolveu o problema...

Votar na Dilma, num primeiro turno, principalmente, significa fingir que ela e seu partido não nos rifaram sistematicamente nos últimos 4 anos de governo. E isso poderio trazer consequências gravíssimas num possível segundo mandato de Dilma, como aumentar o poderio das bancadas fundamentalistas, por diminuição da expressão da oposição LGBT. Assim, seria a expressão de uma burrice sem fim. E, como diz aquele ditado, "bicha burra nasce morta"!

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Outros textos desta série que já foram publicados:

Série: Eleições 2014 - Introdução
Série: Eleições 2014 - O perigo do voto nulo
Série: Eleições 2014 - Foco no legislativo!
Série: Eleições 2014 - Estratégias no primeiro e no segundo turno
Série: Eleições 2014 - Marina JAMAIS!
Série: Eleições 2014 - Aécio JAMAIS!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O bom, o mau e o homofóbico

Tenho dois amigos que tem a cabeça muito aberta pra maioria das coisas,  mas são muito reacionários para outras questões. Eles são o Amigo Urso Panda (que foi "coadjuvante" neste post) e a Amiga Gênia.

Falando assim, não parece nada digno de nota, já que isso poderia ser dito para a maioria das pessoas (afinal, todos nós temos nossos preconceitos, infelizmente...). Mas esses dois amigos vão além da média: eles fazem campanha ardente e apaixonada para defender suas posições "equivocadas", mas quando estão "perdendo" uma discussão, eles param de discutir, alegando que, se expressarem seu ponto de vista, serão taxados injustamente de "homofóbicos/racistas/whatever" e apedrejados em praça pública. E não é raro essa esquiva surgir no meio de uma conversa amena, sem o indício de que o clima iria esquentar... Por esse tipo de reação e por outras atitudes,  eu acredito que eles sejam sim "homofóbicos/racistas/mimimi-para-tudo-que-for-diferente-de-mim" e só não conseguem admitir isso para si.

Eles já me fizeram pensar um monte de vezes numa tendência que as pessoas têm de tornar tudo uma caricatura grosseira da realidade. Como se quem fosse homofóbico fosse uma pessoa extremamente má, tipo um vilão de novela mexicana. Parece que as pessoas em geral só conseguem encarar os extremos "bem/mal" e não conseguem enxergar que existe muito mais no meio desse caminho. No mesmo barco, podemos incluir pessoas que combatem ferrenhamente quem elas consideram como homofóbicos. Afinal, essas pessoal enxergam a pessoa que pratica atos permeados de homofobia como um "monstro que deve ser exterminado".

Querem saber de uma novidade? Vivemos numa cultura que é racista, machista, homofóbica, transfobica e que tem outras qualidades do tipo. Então, mesmo que seja em pequeno grau, todos nós aprendemos com a cultura em que fomos criados a ter essas características. Então, não tem jeito: todo mundo é homofóbico!

"Ah, mas então, se todo mundo é homofóbico, não tem problema eu continuar a agir do jeito que eu sempre ajo..." Nananinanão!!! O que vc é pouco importa para os outros, mas o que você faz sim! E você pode escolher não ter atitudes homofóbicas! Pode odiar quem você quiser, mas fica com esse ódio só pra você! Você pode também lutar, não contra pessoas homofóbicas, mas contra atitudes homofóbicas! Ao invés de dizer o óbvio "você é preconceituoso" (como se alguém fosse isento de o ser), por que não dizer "sua atitude x foi preconceituosa"? É mais eficiente para esclarecer as pessoas. E esclarecer é o melhor caminho para que, um dia, nossa cultura não seja mais "[insira aqui o nosso preconceito e aversão patológica pelo 'diferente']".

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A Parada Gay de São Paulo encolheu??

É possível ver sendo noticiado em alguns portais de notícia como o Folha.com e o Estadão que a parada gay este ano teve um público muito menor que o de qualquer uma das edições anteriores. O suposto número de 270 mil pessoas representaria um retrocesso aproximado à quantidade de pessoas presentes no ano de 2001, ano em que a estimativa de público feita pela Polícia Militar (que é sempre muito menor que a estimativa da organização - como se pode conferir na wikipedia) registrava 200.000.

No ano de 2007, a Polícia Militar (que no ano anterior havia registrado um público de 2.500.000) deixou de fazer estimativas da quantidade de público e tal medida era realizada pela organização que, neste ano de 2012, resolveu não fazê-la (ou ao menos, resolveu não divulgá-la). A tarefa ficou a cargo do instituto Datafolha, que divulgou o número utilizando uma metodologia dita científica, diferente das que foram utilizadas nas edições anteriores.

Sinceramente? Eu gostaria de saber qual foi a tal "metodologia científica" utilizada. Porque uma queda de 4 milhões para 270 mil é algo realmente notável! E sabe quando a coisa tem cheiro de maracutaia? Porque a notícia vem sempre acompanhada de frases com um discurso que faz um julgamento moral embutido: "Mais comportada esse ano, parada gay atrai menos público" e frases afins.

Sabe o que eu penso disso?  Que temos que prestar atenção num contexto maior: por que razão por todos estes anos estes mesmo veículos noticiaram milhões de pessoas na Parada e justamente neste ano noticiam um contingente tão pequeno? Alguns podem dizer que meu raciocínio é muito próximo de uma teoria conspiratória, mas eu creio que há razões para suspeitar que existe uma articulação de setores conservadores na desqualificação de qualquer que seja a ação dos movimentos LGBTs. Faça o teste: procure parada+gay+2012+são+paulo+público no Google e olhe só o primeiro resultado que você encontra:

Suspeito, não?

Dê uma procurada rápida pelo Google e veja se você encontra alguma notícia que se refira a parada como uma "manifestação" e não como uma "festa"... Justamente num ano em que o tema da parada é bem mais político ("Homofobia tem cura: educação e criminalização"), parece haver uma ação para desviar o foco da cobrança por uma postura política.

O mais triste? Ver opiniões de LGBTs sendo usadas para corroborar estes discursos. Nos sites do Estadão, da Veja e do R7, a opinião da travesti Desire Viana, de 33 anos era de que a parada estava "muito mais pobre, com menos gente, menos carros, menos divulgação". Curioso notar que dois veículos de notícias distintos (e até certo ponto rivais) utilizem exatamente a mesma entrevistada para ilustrar o discurso que constroem em suas reportagens, não?

Será que a APOGLBT continuará acatando o número oficial disponibilizado pelo DataFolha, sem pedir ao menos uma auditoria nos números e na metodologia utilizada? Na minha opinião, é preciso sempre estar atento (e muito crítico) ao que se vê por aí. Os opositores estão à solta!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Obrigado, Dani Calabresa!!!!

Viu aquela notícia sobre a bancada evangélica fazer um projeto pra poder considerar a homossexualidade como doença?? Afff...

Mas ainda existe inteligência a nosso favor!

Após todo o sarcasmo com o qual a notícia merecia ser tratada no Furo MTV, ela, Dani Calabresa, coroa esse vídeo com a frase mais lúcida e ácida que poderia ter sido dito em resposta a tal afronta. Veja aos 2:39 do vídeo:



Beijos, Dani! A gente te ama!!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A raiz da homofobia

Passeando pelos blogs que leio, achei um vídeo num dos comentários que merece ser compartilhado. Ele fala sobre o que existe por trás da homofobia. Ele vai até a raiz do problema. Merece ser visto e divulgado!

sábado, 10 de setembro de 2011

Agressão homofóbica em BH

Só pra todo mundo saber que essa cidade em que eu vivo está cada vez mais foda mesmo...

Existe em BH, uma praça chamada "Praça da Liberdade". Liberdade é uma palavra forte para quem é mineiro. E, ironicamente, o medo de ir a essa praça cerceou a liberdade de muitos belorizontinos após quarta-feira - Dia da Independência. E tudo por que? Por causa de uma agressão homofóbica que foi tão parcamente noticiada.

De acordo com a Polícia Militar, as vítimas contaram que, por volta das 20h, trocavam carícias na praça quando foram surpreendidos por dois skinheads, que os atacaram com socos e chutes. Após agredir, a dupla fugiu. Porém, um deles voltou para buscar um pé de tênis que perdeu durante o ato covarde, se armou com o canivete e ainda provocou um corte no ombro de uma das vítimas que tinha acabado de agredir.

Segundo a PM, os agressores negaram ser skinhead, mas têm o estilo do grupo e com eles foi apreendido um soco inglês.



Para saber mais desta coisa lastimável (apesar do vídeo acima estar mais que completo), clique aqui.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mudança na minha reação. Bom ou ruim?


Há algum tempo atrás (coisa de meses) eu ficaria puto, daria um piti, publicaria um post de mimimi e daria brecha pra qualquer um me chamar de bicha dodói depois de ler o que acabei de ver nesta notícia...

Hoje em dia, vejo e não tenho muita reação. Só a de quem tem a certeza de quem, em breve, isso vai ser superado. Pelo próprio ridículo da situação que não se sustenta sozinha. E por boas intervenções que, mesmo aos poucos, acabam gerando bons frutos contra esses absurdos...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Vale a pena ver até o final...

Tenha estômago forte e veja o vídeo até o final... Vc vai acabar concordando com a argumentação do idealizador do vídeo...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Mais sobre a censura...


Tava com preguiça de dar esta atualização, mas se vc leu meu post sobre uma provável onda de homofobia virtual que indiretamente ou não é apoiada pelo blogger (na medida em que este censura os blogs sem direito a recurso desta ação), viu que havia alguns exemplos bem concretos de censura.

Pode acreditar que existem mais exemplos e que as pessoas já começam a se mobilizar. Como é o caso de um abaixo-assinado promovido pela Mari do Lesbosfera. Dê uma olhada e diga depois se é exagero...

domingo, 6 de março de 2011

Coincidências ou censura? (atualizado)


Tem um cara que eu gosto muito de ler e ele se chama Don Diego. Foi graças a ele que entrei na "blogaysfera". Conheci o blog dele por acaso numa procura por um tema nada a ver pelo Google. Gostei e resolvi seguir. Depois, fui descobrindo outros blogayros até que decidi ter meu blog também.

Fiquei triste quando o blog dele saiu do ar. Parece que o Google bloqueou o blog dizendo que os robôs acharam que era um blog de spams... Ele foi superatencioso com seus leitores e até pediu pro Luciano do blog Muque de Peão noticiar o que estava acontecendo. Diego entrou em contato com o Google para tentar solucionar o problema e não recebeu nenhuma reposta até agora.

Quase um mês depois, o blog do Papai Gay foi bloqueado também. A situação, no entando, foi parcialmente remediada porque o blog voltou ao ar dia 02 de março, mas com um aviso de que o blog "contém conteúdo questionável"...

Sei lá. Fica uma impressão de que há muita coincidência nesses casos. Os dois são, provavelmente os dois blogayros mais lidos, seguidos e respeitados da atualidade, dentro da "blogaysfera". Nos comentários da postagem dele sobre o bloqueio do próprio blog um tal de "Carlos CJ" comenta em tom ameaçador e apoia a classificação do Google.

Pode ser que uma coisa não tenha nada a ver com a outra. Mas a coicidência me faz cogitar a possibilidade de que estes fatos possam estar ligados a uma onda de homofobia virtual. Afinal, são vozes importantes na comunidade LGBT que foram silenciadas de forma suspeita.

Se eu infelizmente estiver certo, pode ser que tenhamos mais blogs sumindo nos próximos meses... E pensar que, em teoria, vivemos numa democracia. Isso me dá um certo medo...

ATUALIZAÇÃO:

Essa hipótese de uma onda de homofobia virtual articulada por opositores aos direitos LGBT me parece cada vez mais real. Segundo uma reportagem na Revista Época, o deputado Jean Wyllys também foi alvo de censura na internet: sua página do Facebook foi bloqueada 24 horas depois de ele ter começado a percorrer a Câmara pedindo assinaturas para as causas LGBT. Uma série de usuários da rede fez uma ação coordenada para denunciar a página de Jean como falsa...
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