sábado, 28 de agosto de 2010
Sobre as migalhas que nos alimentam
Bom, no post anterior eu falei do ex-Power Ranger azul assumindo sua homossexualidade publicamente. Agora, acabo de ler aqui que o ministro do Sistema Penitenciário do Reino Unido, Crispin Blunt, também entrou pra lista da irmandade...
Além dessa notícia, teve também a que o Don diego repassou em seu blog sobre composição de renda para crédito de casais homossexuais. Como ele disse, conseguimos mais uma!
É muito bom pensar que, mesmo que seja aos poucos, as boas notícias estão chegando. São pessoas que ajudam com a visibilidade dos gays, o mercado consumidor mostrando que começa a nos respeitar...
Porém, esse raciocínio me lembra das minhas aulas de história em que um professor me falou que a escravidão dos negros africanos só chegou ao fim porque os brancos precisavam expandir o mercado consumidor. E, como um escravo não compra, era melhor que os negros também recebessem um salário para poder gastá-lo e ampliar o mercado consideravelmente. É uma história triste, mas faz-me pensar que mesmo de interesses menos nobres, podem nascer boas coisas! Isso acontece um pouco hoje com a causa gay: o mercado e a mídia, interessados em mais lucro, estão nos auxiliando a conquistar direitos.
Mas isso é suficiente para uma mudança efetiva? A longo prazo, talvez. Utilizando a mesma comparação entre racismo e homofobia, podemos pensar que o racismo diminuiu e muito ao longo desses 122 anos da abolição no Brasil. Mas ainda existe. Está ainda em declínio ou estacionou? Quero acreditar que sua tendência é desaparecer. E que processo semelhante talvez aconteça com a homofobia.
O triste é estimar um prazo semelhante para diminuição efetiva do preconceito. Mais triste ainda é pensar que espero que causas menos dignas nos ajudem. Que fico feliz com notícias parcas assim. Que fico feliz com migalhas.
Toda ajuda é bem-vinda, mesmo vinda das mãos do diabo. Reintero, antes que as críticas chovam, que ajuda é sempre bem-vinda sim, mas não a qualquer preço! As migalhas me servem de alimento para a esperança, para que eu não pire de vez. Apesar de me reconhecer miserável, quando ajo assim, feliz com migalhas, prefiro ignorar essa minha condição e manter minha sanidade.
E ouso até a propor um brinde (com suco, por favor, que eu não bebo nada alcoólico). Um brinde às migalhas. A lá Deus lhe pague!
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olha, mais um blogayro de BH, que ótimo!!!
ResponderExcluirps: te linkei
ResponderExcluirOpa! Valeu, FOXX!
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