Meu imã

Depois de mais um pequeno grande sumiço, estou voltando a postar. Desculpem pela correria que me afastou daqui mais uma vez. Estava querendo muito retornar para as minhas leituras prediletas e atualizar nossos papos por aqui... E, pela primeira vez na história deste blog, tenho textos acumulados para escrever! Por isso, vamos logo ao que interessa.

Quando eu estudava Química no Ensino Médio, lembro-me da minha professora falar que "compostos semelhantes dissolvem semelhantes" e eu fiquei divagando que, entre pessoas, a regra do semelhante se envolver com semelhante deve funcionar muito mais que aquela outra dos "opostos que se atraem".

Mas pensar assim pode ser comprometedor, pois costumo a brincar que eu tenho uma espécie de imã para atrair maluco (tentem interpretar tal termo de forma mais genérica e o menos pejorativo possível). Brinco que, se aparecer um bêbado e eu estiver num estádio de futebol lotado, posso ter certeza de que o bêbado vai puxar papo comigo ao invés de fazê-lo com qualquer outra pessoa ali presente. Conto tudo isso para que vocês entendam o que significou para mim o "causo" que descreverei agora.

Em determinado dia da semana, eu tenho um horário marcado com minha psicóloga logo após o almoço. E, por causa do horário apertado entre esse compromisso e outro anterior, já aconteceu muitas vezes de eu chegar atrasado (o que me deixa com muita raiva e frustado). Por isso eu pedi para trocar meu horário para uma hora mais tarde. Como a Lei de Murphie adora se manifestar, é claro que no primeiro dia após a mudança de horário eu consegui sair mais cedo do compromisso anterior e tive que esperar por uma hora e 20 minutos...

Nesse intervalo, resolvi aproveitar meu tempo sentando ao lado de uma velhinha num banco na rua, onde eu pretendia adiantar a leitura de umas anotações do serviço. Assim que me sentei, fui abordado por um estranho:

Daniel: Você passou para cá, né? Eu vi você olhando bravo pra mim por causa da sua namorada... Vai lá conversar com ela! *aponta na direção de uma moça de 14-15 anos que estava sentada do outro lado da rua*
Cara Comum (com cara de "What a hell"): Não, amigo. Não era eu não!
Daniel: Era sim, sô! Você acha que eu sou doido?
Mente do Cara Comum: Já vi isso antes...
Cara Comum: Se você está dizendo, então era eu mesmo... o.0
Daniel: Mas fica tranqüilo que eu me afastei. Não quero atrapalhar o amor de ninguém... Meu nome é Daniel! É um nome bíblico. Você sabe o que significa?
Cara Comum: *balança a cabeça em negativa*
Daniel: "Aquele que tudo conhece". E eu tenho uma missão. Eu vim pra pregar o que disse Deus. E eu vejo que você é um cara tranquilo, está aqui com sua mãe... *aponta para a velhinha sentada ao meu lado*
Velhinha ao Lado: Ele não é meu filho não, moço!
Daniel (falando com a Velhinha ao Lado): Ah, não é não? Mas você também parece ser uma pessoa tranquila! Devia falar com ele pra ela ir lá falar com a namorada dele. Eu tenho certeza que ela gosta muito dele... E eu posso falar isso porque eu sei! Você sabe como é meu nome? Meu nome é Daniel. É um nome que está na Bíblia! E, por isso, eu fico andando por aqui todo dia. Aí, quando eu vejo alguma situação, eu vou lá pra ajudar... Mas a senhora que é mãe faz bem de acompanhar o... Qual é o nome dele, mesmo?
Cara Comum: Meu nome é Cara Comum...
Daniel: O meu nome é Daniel. Você sabe o que significa?
Velhinha ao Lado: Mas ele não é meu filho, não. A gente acabou de se conhecer...
Daniel (falando com a Velhinha ao Lado): Que bacana! Então está todo mundo se conhecendo agora... A senhora sabe o meu nome? Meu nome é Daniel! Mas eu tenho que ir andando porque Deus está precisando de mim em outro lugar. Felicidades para a senhora e seu filho! *sai andando*
Cara Comum e Velhinha ao Lado: *se olham e dão um sorriso cúmplice*